sábado, 30 de março de 2013

31/março/2013 – Domingo de Páscoa

A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto. A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens. O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira. A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Batismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.
Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram”. Maria Madalena, na manhã de Páscoa, experimenta o vazio: não há nada, nem mesmo o cadáver do seu Senhor bem-amado. Ela não tinha nada a que se agarrar para fazer o luto. Sabemos como é mais dolorosa a morte de um ente querido quando o seu corpo desapareceu, quando não há túmulo onde se possa ir  em recolhimento. Não seria esse o sentimento de Maria Madalena, há dois mil anos atrás? A Igreja não cessa de repetir que Jesus está vivo, vencedor da morte para sempre. Todos os anos, ela multiplica os seus “aleluias”. Mas encontramos sempre o vazio. Como ressoa em nós a constatação dos discípulos de Emaús, dizendo ao desconhecido que se lhes juntou no caminho que não O tinham visto. Paulo grita: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” A nossa experiência poderá perguntar: “Ressurreição de Cristo, onde está a tua vitória?” Apesar do primeiro anúncio “Jesus não está aqui, ressuscitou!”, a morte continuou obstinadamente a sua ação de trevas, com os seus acólitos muito fiéis: doenças, lágrimas, desesperos, violências, injustiças, atentados, guerras… Cantamos, sem dúvida, nas nossas igrejas: “É primavera! Cristo veio de novo!” A primavera, vemo-la. Mas Jesus, não O vemos! Aqui está  a dificuldade e a pedra angular da nossa fé. Dificuldade, porque a Ressurreição de Jesus não faz parte da ordem da demonstração científica. Ficamos encerrados nos limites do tempo, enquanto Jesus saiu destes limites. Doravante, Ele está para além da nossa experiência. Mas a Ressurreição é, ao mesmo tempo, a pedra angular da nossa fé porque, como o discípulo que Jesus amava, somos convidados a entrar no túmulo, a fazer primeiro a experiência do vazio, para podermos ir mais longe e, como Ele, “ver e crer”. Podemos apoiar-nos no testemunho das mulheres e dos discípulos. Eles não inventaram uma bela história. Podemos ter confiança neles. Mas eles também tiveram que acreditar! É na sua fé que enraizamos a nossa fé. Páscoa torna-se, então, nossa alegria!
Para refletirmos…«Viu e acreditou!»
Como os discípulos, muitas vezes corremos atrás do maravilhoso que nos escapa e decepciona. Procuramos Cristo onde Ele não está…
Durante o tempo pascal, a exemplo de João, exercitemos o nosso olhar para descobrir o Ressuscitado através dos sinais humildes da vida quotidiana…
Como os discípulos de Emaús,  o descobriremos caminhando perto de nós no caminho da vida.
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sábado, 16 de junho de 2012


16/junho/2012  - Solenidade do Imaculado Coração de Maria

Imaculado Coração de Maria: uma espiritualidade missionária

Maria é a mulher que guarda no coração as palavras do Senhor. É a morada do Espírito Santo, sede da sabedoria, imagem e modelo da Igreja que escuta e testemunha o Senhor. Ela participa do mistério da encarnação como fiel discípula e modelo de discipulado.
Hoje (16) a Igreja celebra a festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria, celebração que sempre acontece um dia depois da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. São festas intimamente unidas e transmitem uma espiritualidade repleta de amor e misericórdia. 
Segundo a história a primeira festa litúrgica do Coração de Maria aconteceu no dia 08 de fevereiro de 1648 na Diocese de Autun na França. O primeiro ofício litúrgico para a festa foi dado pelo Papa Pio IX em 1855. 
Com a devoção mariana criou-se a prática dos cinco primeiros sábados. Segundo a Irmã Elida Debastiani, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, de Porto Alegre (RS), a devoção deve estender-se para além de uma espiritualidade devocional, deve nos conduzir a uma relação íntima com o próprio Deus e nos colocar ao serviço dos irmãos. 
“Olhando para Maria, ela que se fez mãe e discípula de Jesus, percebemos que Deus quer contar com as pessoas, como ele contou com Maria. Ele preparou Maria, e ele também quer nos capacitar para o amor. Vemos em Maria uma mulher fiel, uma mulher feliz, que se coloca a serviço de Isabel e se coloca ao serviço do Reino de Deus”, enfatiza.

Segundo o Dicionário de Mariologia, da Editora Paulus: 
“A devoção ao Coração de Maria sempre foi, durante toda a sua história, fonte inesgotável de vida interior para as almas marianas. (...) Convém insistir na sacramentalidade do ‘coração’: é um órgão escondido, que não obstante se manifesta: não o vemos, mas percebemos as suas ‘ações’ é uma realidade vital, mas que remete à realidade mais elevadas, humanas e sobrenaturais. A devoção ao Coração de Maria não pode reduzir-se à contemplação do ‘sinal do coração’, como às vezes aconteceu em épocas de gosto decadente. Ela deve abranger toda a realidade de Maria, considerada como mistério de graça, o amor e o dom total que ela fez de si a Deus e aos homens”. 
Maria trouxe Jesus mais dentro do seu coração do que em seu ventre. Maria meditava em seu coração a palavra do Senhor. Por isso, todos que se consagram ao Imaculado Coração de Maria e ao Sagrado Coração de Jesus nunca deixarão de viver sua fé em plenitude, sempre encontrarão a segurança para amar e a paz para suas vidas.



Fontes:
Liturgia Diária Paulus